Planejamento para o período de seca. Já tomou suas decisões?

Resumo

Todo o ano o ciclo se repete e é sempre a mesma coisa, as chuvas começam, o pasto rebrota com toda a força, você se empolga com a quantidade e qualidade do pasto, mas esquece que o período da seca vem logo depois, ocasionando uma queda brusca no ganho de peso dos animais. Mas vamos lá…. Se o ciclo de águas e secas acontece todo ano, então por que você sempre está passando aperto com a seca? A justificativa é falta planejamento!

E aí, o que você faz agora para aproveitar a alta produção de pastagem e não ter aperto na seca? Para te ajudar a passar esse período com o gado bonito no pasto, nós trouxemos 4 estratégias que você pode utilizar para amenizar os efeitos do período de seca. 

– O clima do Brasil – o céu e o inferno do pecuarista.

O Brasil possui clima bastante diversificado, especialmente em função da sua ampla extensão territorial, relevos e dinâmica da massa de ar. Dentre os climas que predominam no país, o clima tropical é o que ganha grande destaque, principalmente por abranger grande parte do território nacional. O clima tropical é caracterizado por duas estações bem definidas: verão quente e chuvoso e inverno ameno e seco. Portanto, inevitavelmente um determinado período do ano vai haver pouca ou até ausência de chuvas e redução da temperatura, fatores que limitam o crescimento dos capins (Figura 1). 

Figura 1. Taxa de acúmulo de forragem do capim-mombaça ao longo do ano
(Adaptado de Corrêa et al., 2006).

Se a condição climática é bem definida e sabemos que todo ano tem seca e, que ela impacta negativamente o pasto e o desempenho animal, por que o pecuarista ainda sofre tanto com a época de seca? A resposta é simples: falta de planejamento! A sazonalidade da produção de forragem causada pelo clima faz com que em média 80% da produção esteja concentrada no período chuvoso, diferente da demanda por forragem do rebanho que é constante ao longo do ano (Figura 2). 

Figura 2. Produção e demanda por forragem ao longo do ano
(Adaptado de Silva et al., 2021).

– Planejar agora para não lamentar depois!

A sazonalidade da produção de forragens no Brasil já bem definida, então a única forma de conseguirmos driblar os períodos de baixa produção é com uso de boas tecnologias de processos e insumos, aliado a um bom planejamento operacional do manejo das áreas de forragem de sua fazenda. Senão utilizar essas ferramentas, nós temos uma única certeza… O ciclo vai se repetir e todo seu trabalho no período das águas vai junto com as chuvas de março. 

Para resolver essa situação, nós trouxemos 04 soluções/estratégias que ajudarão você, técnico ou pecuarista, a ter bons ganhos de peso no período da seca. 

1 – Ajuste da taxa de lotação. 

Manter uma alta taxa de lotação durante o período da seca sem uma estratégia bem definida é da um tiro no pé, pois diminui a capacidade de suporte do pasto, reduzindo os ganhos por animal. Por isso, ajustar a carga animal pode ser uma ferramenta estratégia para enfrentar esse período crítico. 

O ajuste da taxa de lotação pode ser realizado conforme a produção de forragem, ou seja, através da programação da compra e a venda de animais para que conciliem com as variações da capacidade de suporte da fazenda, ou pela retirar de animais para outras áreas da fazenda. O problema dessa estratégia é que, a fazenda, possivelmente passará por um período de lotação muito baixa ou até mesmo ausência de animais, além do produtor ficar preso as oscilações da arroba do boi e da reposição. 

2 – Diferimento da pastagem.

Uma estratégia de manejo para garantir capim em quantidade no período das secas é o diferimento da pastagem. A técnica consiste em reservar parte do excedente de forragem das águas para ser utilizada na seca a partir do diferimento da pastagem. Essa técnica consiste em vedar (retirar do pastejo) uma determinada área para que ela acumule forragem, geralmente no final das águas, para ser utilizada no período de menor produção forrageira. O diferimento é uma estratégia de baixo investimento, porém é válida para sistemas onde a taxa de lotação da fazenda não seja superior a 1,5 UA/ha/ano (Martha Júnior et al., 2003). 

3 – Suplementação volumosa.

A terceira estratégia seria o uso da suplementação volumosa durante a seca, sendo indicada para manutenção de altas taxas de lotação. Devido ao excedente de forragem produzida durante a seca, há um crescimento do número de pecuarista que buscam realizar a ensilagem de gramíneas para que o excedente produzido durante o verão não se perca e seja utilizado como suplemento durante o inverno.

Outras formas de suplementação volumosa podem ser através do uso de feno ou capineira. Todavia, essas estratégias requerem maiores áreas, investimentos, mão de obra especializada e demais recursos. 

4 – Suplementação mineral/proteica ou proteico/energética

A suplementação estratégica no período das secas é uma das estratégias mais usadas pelos pecuaristas. Ela pode ser uma suplementação mineral/proteica ou proteico/energética. Um dos pontos importantes para definir a suplementação é criar a relação suplementação x objetivo. 

Você precisa ter muito bem definido qual é o seu objetivo (reprodução, crescimento, engorda) e buscar qual tipo de suplemento mais adequado de acordo com a disponibilidade e qualidade de forragem para atingir a sua meta de produção. De modo geral, a suplementação níveis crescentes de suplementação variando de 1,0 até 2,0% do peso vivo, o que reduziria a dependência do pasto. 

– Qual a melhor decisão? 

A escolha da estratégia de enfrentamento da sazonalidade da produção de forragem, inicialmente passa pelo entendimento das condições climáticas da sua região, da realidade da sua fazenda, dos recursos disponíveis e do objetivo do produtor. 

Além disso, essa decisão precisa ser tomada o mais rápido possível, já que é nas águas que se inicia a estratégia que vai ser usada na próxima seca. Portanto, a falta de planejamento traz grandes riscos ao produtor, deixar os animais passarem fome por falta de planejamento é perder dinheiro, sendo que, a melhor opção é aquela que resulta em lucratividade e sustentabilidade da atividade.

Para te ajudar nesse processo, a BovExo possui várias funcionalidades que permitem criar cenários de acordo com expectativa e produção de forragem anual. Outra função é a “estado dos pastos”, que permite a avaliação do estado das áreas dos pastos dos últimos 15 dias e os próximos 30 dias, levando em consideração o tamanho da área do piquete, a forragem manejada, a climatologia, a estratégia de dieta de cada lote e a taxa de lotação. Além de várias funcionalidades que te ajudarão a tomar a melhor decisão quanto ao tipo de estratégia utilizar para enfrentar o período da seca e obter ganhos de peso satisfatórios de seus animais. 

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Se tiver dúvidas, entre em contato conosco que podemos te apoiar nessa jornada. Você terá a melhor experiência em sua trajetória para uma pecuária de resultados máximos.

– Bibliografia: 

Corrêa et al. Produção de forragem e desempenho de bovinos castrados em pastagens não irrigadas com suplementação na seca ou irrigadas o ano todo. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 43., João Pessoa, 2006. 

MARTHA JR et al. Uso de Pastagem Diferida no Cerrado. Brasília: Embrapa Cerrados, 2003 (Comunicado Técnico, 102).

Silva et al. (2021). Acúmulo mensal de forragem em pastagem de tifton 85 no oeste catarinense.

Autor:

Angel Amaral Seixas

Angel Amaral Seixas

Dr. em Zootecnia e Consultor em Forragicultura e Pastagens.

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